terça-feira, 13 de agosto de 2013

RESENHA DE THE WINERY DOGS, NOVA EMPREITADA MUSICAL DE MIKE PORTNOY

Por Marcelo Zalivi
 
Sempre desconfio das tais super bandas. Geralmente são um amontoado de grandes músicos sem conseguir nada muito relevante, ou preferem simplesmente explodir nossas cabeças com petardos muito bem elaborados, mas sem continuidade. Se a proposta for caça-níquel (raramente não são), o projeto nasce com prazo de validade, se a proposta for diversão, tem uma chance de vingar, mas na maioria das vezes não passam de dois álbuns e um cheirinho de decepção no ar.
 
A primeira vez que escutei o The Winery Dogs não imaginava que se tratava de um trio tão da pesada. Após o impacto em assistir a algumas performances ao vivo do grupo é que soube se tratar de mais um projeto do baterista Mike Portnoy (Dream Theater, Adrenaline Mob, etc). Existem muitos motivos para não acreditar na continuidade do grupo, o mais forte deles é o fato de Portnoy ser um músico inquieto e experimental, mas é dificil não torcer pela longevidade de um time que conta ainda com o fodástico baixista Billy Sheehan (Mr. Big, Talas, David Lee Roth) e o guitarrista Richie Kotzen (Poison e Mr. Big).
 
A economia na formação da banda e o vocal bem Hard Rock de Kotzen levam o grupo para uma estação mais palatável, mas não menos empolgante. O caldeirão mistura de tudo: riffs poderosos, influências do classic rock, blues, funk, soul e até as baladinhas manjadas de FM com refrões bem sacados. Está tudo ali, executado de forma competente, muito técnica, mas não menos audível. Não sou um profundo conhecedor do trampo do Portnoy, mas eu me atreveria a dizer que se trata do seu melhor trabalho desde que deixou o Dream Theater. Sua batera não tem a mesma robustez e virtuose, ela é tocada na dosagem certa para a proposta do grupo. As linhas de baixo de Billy são sem dúvidas uma das melhores gravações deste ano e Kotzen exibe toda sua versatilidade empunhando sua tradicional Fender Telecaster.
 
 
Destaque pelo fato do álbum ter sido todo gravado na lata, meio que ao vivo por meio de jams e economizando nos overdubs.
 
Não vou me alongar nos quesitos técnicos de cada faixa, mas posso assegurar que é um trabalho muito homogêneo, como um quebra cabeça que você vai sendo montado a cada faixa. É sem dúvida uma das melhores sequências do ano. Cruzem os dedos para que o espírito inquieto de Portnoy encontre asilo por um bom tempo em uma das cozinhas mais bem azeitadas do Rock.
 
Essa e outras coluna no Troca Fitas
 
ELEVATE

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