quinta-feira, 4 de julho de 2013

Resenha de Now What?! novo disco de inéditas do Deep Purple

Por Marcello Zalivi

Uma viagem no tempo, essa é a sensação que senti ao escutar Now What?! novo disco de inéditas do Deep Purple em 8 anos.

O álbum segue a saga da banda em mostrar que ainda é capaz de produzir um ótimo disco, mas também é marcado por fazer muitas e belas referências ao passado do grupo.

A sequência inicial A Simple Song, Weirdistan, Out of Hand são executadas com competência ímpar, com letras que falam sobre o tempo e a vida, um presságio para o que está por vir.

A partir de Hell to Pay, a banda mostra que é capaz de se divertir com um rockão estilo 70, com a guitarra alucinante de Morse e solos de teclados de Airey, em uma referência clara ao mestre Lord. O duo consegue lembrar os bons tempos em que o Purple tinha o seu melhor: os duelos alucinantes de Machine Head (1971).

Já em Bodyline, a banda mantém a temperatura do álbum no nível balançar o esqueleto. Gillan faz o vocal estilo Don Juan cafajeste e Morse parece resgatar o senso ritmo de Bolin em Come Taste the Band (1975).

Na sequência Above and Beyond, Blood from a Stone e Uncommon Man, com Morse beirando a perfeição. Além do show do trio Gillan-Paice-Glover, são identificáveis algumas referências do final dos anos 70 e uma sonoridade bem próxima de Perfect Strangers (1984). Foi quando sem querer me peguei pesquisando sobre o paradeiro de Blackmoure. Não dá para explicar a sensação, mas foi algo instintivo, era como se ele ainda estivesse soando em tudo, é difícil extirpar a influência de quem plantou a semente, mesmo que sua ausência seja de duas décadas.

Em Apres Vous a canção te convida a passear por Fireball (1971) desde o seu início, passando por All the Time in the World e Vincent Price que são a personificação da sonoridade que a banda apostou desde o irreverente Bananas (2003), embalados pela mescla de guitarras melódicas e riffs poderosos.
O clima descontraído do grupo exala na faixa bônus I Will Be Me, que encerra a versão luxuosa do álbum em alto estilo.

Fica claro que Now What?! não trás nada de novo, não tem a mesma ousadia de antes e nem candidatas a hinos. Este trabalho é nada menos que uma reflexão sobre o tempo e obra do Deep Purple, membro da santíssima trindade do heavy metal, e nada melhor que Morse nas guitarras, talvez o único guitarrista na terra capaz de traduzir tantas referências em palhetadas.

Essa e outras colunas no Troca Fitas

Vicent Price


Hell to Pay


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