Por Marcello Zalivi
Se existe um músico com a incrível capacidade de enveredar
por vários estilos sem soar pretensioso ou em certos momentos oportunista, esse
sujeito é o guitarrista e compositor Ben Harper. Dotado de uma criatividade peculiar em suas
composições, certeiro em suas parcerias e a facilidade com a qual passeia por
gêneros como o pop, folk, R&B e até Goslpe. Ben Harper volta suas atenções
ao que tem de melhor, seu lado Blues/ Rock indo a fundo no estilo, explorando
ao máximo suas nuanças.
Para esta empreitada ele manteve sua ótima banda de apoio a
Relentless7 (apesar de preferir a fase The Innocent Criminals) e convocou o
lendário gaitista Charlie Musselwhite. O resultado dessa junção pode ser muito
bem degustado nas 10 faixas do ótimo “Get Up!”.
Em uma pesquisa sobre o álbum, descobri que uma das
intenções de Harper era fazer referencia aos ícones do gênero Solomon Burke e
John Lee Hooker. Isso fica claro já na abertura do álbum com um blues clássico
'Don’t look twice', e um afiado duelo de violão e gaita.
Outra influência quase constante nos trabalhos de Harper
aparece ainda mais nítida (e privilegiada) na pulsante mistura de blues/rock em
“I don't believe a word you say”, “Blood side out” e “I ride at dawn”. É
impossível não fechar os olhos e imaginar Jimi Hendrix em suas performances
incendiárias.
O baixo funkeado de Jesse Ingalls e a gaita de Musselwhite são
os pontos altos e ditam o ritmo da faixa título do álbum, que conta ainda com
tonalidade Hooker das guitarras de Harper e Mozersky. Já na dançante “She Got
Kick” o disco da uma quebra no andamento e ganha em descontração, para depois
encerrar com o delta blues 'All that matters now', puxando a raiz do blues até
arrancar do solo.
O álbum alem de rechear a excelente discografia de Harper, afirmar
a sua condição entre os melhores compositores e guitarristas contemporâneos, e
de quebra da uma revitalizada na carreira de Musselwhite, aproximando um dos
expoentes do “blues branco” á uma nova geração.
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