quinta-feira, 2 de maio de 2013

16 anos sem Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira.

Paulo Freire, autor da pedagogia do oprimido, defendia que a escola ensinasse o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.

Em 13 de abril de 2012, foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.

Foi o brasileiro mais homenageado da história: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.




Algumas obras do educador Paulo Freire: 
- A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961. 
- Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários
– Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22. 
- Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967. 
- Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970. 
- Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979. 
- A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982. 
- A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991. 
- Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992. 
- Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993. 
- Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974. 
- À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995. 
- Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997. 
- Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b. 
- Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000. 
- Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001.

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